quarta-feira, 26 de maio de 2010

Gisele nas suas mãos?

Redação: Edmundo Benigno
Direção de Arte: Edmundo Benigno (original adaptada)

Por que malhar?



Depois de quase um ano, resolvi refazer outro job do Paulo André. Será que finalmente ficou bom?


terça-feira, 25 de maio de 2010

A boca

A boca foi feita pra comer, assim como seu carro foi feito para ser um meio de transporte. No entanto, assim como seu carro, ela é utilizada para outras coisas. Inclusive para o que você faz dentro dele.

A boca é um órgão sexual que fica exposto a todos e ninguém se toca disso. A não ser quando você vê a boca da Jolie ou a falta de boca do Carlos Nascimento (sim, o ex-jornalista da Globo).

Repare bem: a boca abre e fecha. Contrai ou alarga. A boca tem lábios: pequenos ou grandes. A boca pode ser “capô de fusca” ou não. A boca tem mucosa e muitas terminações nervosas. E se você observar, a cor da sua gengiva é igual a cor da... Ah! Você sabe! Vermelha, rosa, roxinha...

A boca mordisca e tem língua. Grande ou pregada. Faz até cócegas. A boca tem cheiro de amor, ou então de terror. A boca chama. A boca assopra. A boca chupa. A boca cospe. Caso contrário, a boca engole. E depois, pode apostar, ela conta.

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O post anterior, lembrou-me um job que o Paulo André costuma passar na Miami Ad School sobre o Dodge - Um carro para macho. Resolvi brincar um pouco com o tema.
















A falta que a Xuxa faz

Brutus é o melhor personagem para definir o estereótipo de macho dos anos 80. Popaye também pode ser considerado um, mas só depois de comer o espinafre. Homem que era homem comprava o LP da Xuxa por causa da posição que ela fazia na capa. Ou nem comprava, pedia emprestado e só levava o encarte.

No entanto, o que se vê na atualidade é algo completamente avesso ao que minha infância me ensinou. Há uma proliferação de metrossexuais que querem usar cremes, vestir calças de marcas e até pintar as unhas. O que aconteceu? Em minha opinião é a falta da Xuxa.

A artista foi responsável pela proliferação do verbo "xuxar” e por educar sexualmente a geração anos 80, ensinando bem às garotas o que fazer: "Pega, estica e puxa", " Dá um pulo, vai pra frente e de peixinho vai pra trás", e "Nheco, nheco, chique, chique, balancê", só para citar alguns. Alô?

A Xuxa foi quem implementou a versão mais nova das chacretes: as paquitas - Pituxita, Xiquitita, Catuxita e todas as demais periquitas. Elas embalavam os sonhos de muita gente oferecendo o "pão" de cada dia à imaginação dos brasileiros. Lembro que meu pai perguntava:

- Meu filho, você queria ser filho da Xuxa?

E eu respondia: - Não.

E ele completava:

- Pois eu queria que você fosse.

A Xuxa tinha isso: reunia a família para discutir a sexualidade nas entrelinhas. Foi só ela começar a posar como mãe de família que tudo foi pro brejo. Deixou os adolescentes órfãos e confusos. Franjões se proliferaram, rapazes começaram a usar roupas apertadas e as mulheres ficaram cada vez mais desesperadas reclamando da falta de homem. Os homens passaram a ser admirados não por serem machos, mas por serem “sarados”, educados, sensíveis, gostarem de balé ou musical. Na época da Xuxa não existia isso. Macho que era macho era servido. E nunca servia.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Tá rindo de quê?

Todo mundo comentou. Só se falou disso no Twitter e a feia mais sem dentes do Brasil se tornou a Marcia Goldsmith da Cohab. Dizem que havia muita graça naquela feiura. Será?

"A Gorete era até engraçadinha"."Todo mundo se engraçava com a Gorete". "Se a Gorete ficar bonita, perde a graça". Ser feio virou profissão no Brasil, minha gente?

A Gorete não sofria por ser feia, mas por não ser a Gisele. O Pânico até faz milagres - como liderar o Ibope utilizando o que menos existe na Globo: gente feia - porém, o que conseguiu com a ex-banguela, foi deixá-la com a cara da BAND (porque para deixá-la no nível de RedeTV teria que dar a ela mais que um rostinho bonito. Teria que dar a força na periquita).

Enquanto o Zequinha estava vestindo o seu Armani e a Patricia seu Lino Vilaventura, a Gorete estava tocando o terror com as doações do Mateus Mazzafera e colocando a Rede Globo embaixo do seu salto de mil reais. É verdade que as coxas da Sabrina também ajudaram a deixar algo mais, além do Ibope, à frente.

Mas qual a graça da feiura da Gorete? Eu respondo: a mesma graça da beleza.

A mesma graça da beleza que faz você chorar por não ser correspondido. A mesma graça da beleza que fala "e" de isqueiro e "i" de escola. A mesma graça da beleza que só sabe contar até dez (porque é o número de repetições de uma série na academia). A mesma graça da beleza que chega na sua cama às 3 da manhã e se levanta às 5. Ou seja: nenhuma. As graças da feiura e da beleza vêm do mesmo lugar: da ignorância. Mas nem os ignorantes se preocupam com isso.

O preconceito da beleza

Já vi gente reclamando de ser feia, gorda, magra e pobre. Mas me preocupo mais com as pessoas bonitas. As pessoas bonitas fazem parte de uma minoria, e como as minorias também sofrem preconceito: elas têm que provar que fazem tudo bem feito apesar da beleza.

As pessoas bonitas podem se dar ao luxo de usar um relógio de 20 reais comprado na 25 de março. Mas quando alguém descobre, é um escândalo. Elas não podem andar de ônibus. Parece que já nascem tendo carro. Não podem namorar alguém feio, estudar em universidade pública ou esperar na fila da boate. Elas não podem ser carentes.

Se a pessoa bonita chega em uma festa, tudo para. Todo mundo olha, os cochichos começam e ela termina a noite só. Se ela termina a noite só, é porque tem algum problema: ou tem uma marca de nascença horrível em um lugar inacessível, ou no corpo tudo é falso. Será um transexual? No mínimo, hermafrodita.

As pessoas bonitas não podem dar aquele arroto que alivia, soltar um pum daqueles e nem mesmo dar aquela tosse carregada de catarro. Não podem acordar de mau humor nem dar “piti” na fila de um banco. Aliás, elas podem pegar fila de banco?

As pessoas bonitas não podem suar, feder, nem ao menos se lamentar. Só podem chorar se engordarem 50 gramas em um ano ou quando o cabeleireiro cortou 1 cm de seu 1,5m de cabelo. Fora isso, estão reclamando de barriga cheia, pois nunca precisaram de nada na vida, afinal já têm tudo que a grande maioria queria: o corpinho (dele ou dela).

A minoria das pessoas bonitas é a maior representação de que beleza não põe mesa. A não ser que se comporte como a maioria.

Visão além do alcance

Tenho 28 anos, sou publicitário, fotógrafo e quase cego. Só me chamam para fazer fotos de moda para anúncios conceituais. São aqueles anúncios em que as modelos aparecem em posições desconcertantes. Modelos e atrizes famosas. A sessão de fotos é mais ou menos assim:

- Minha filha, qual a posição que você mais detesta?

- Essa aqui – ela responde, mostrando e achando que eu vejo algo, além de vultos.

- Pois você fica aí durante três horas, que vou tentar achar o melhor ângulo.

Vou lá e fico tateando-a com esse objetivo. Afinal, minhas mãos são meus verdadeiros olhos. Elas parecem gostar.

Sempre tive muito charme com as mulheres. Elas olham pra mim, ficam com peninha, perguntam se preciso de ajuda. Sempre preciso.

No início da profissão eu era bem mais pegador. Não era tão cego quanto hoje. Também não era muito feio. Eu usava óculos de grau. A visão melhorava um pouco, mas nem tanto. Uma vez teve uma atriz que fez questão de fotografar comigo. Mão ali, mão acolá. Ela gostou tanto que chamou para irmos jantar depois da sessão. Aceitei. Ela impôs apenas uma condição: ela dirigia.

Jantamos. Fomos à casa dela e quando deitamos naquela king size, ela impôs uma segunda condição:

- Você pode tirar os óculos, por favor?

Foi como ela dizer:

- Eu gostei de você. Mas você pode trocar seu nariz pelo do Brad Pitt? Aproveita e passa a sorrir como Gianecchini. Coloca também os músculos do Malvino Salvador. Assim, faço mais um minuto de amor com você, além dos cinco primeiros que se passaram até agora.

O resultado de todo esse constrangimento você já deve saber. Não, eu não brochei. Depois de tanta reflexão, eu disse em tom de ordem:

- Apaga a luz que a gente resolve todos os problemas.

Continuei de lupa. No fim da noite ela nem lembrava mais que eu usava óculos. Só lembrou no outro dia de manhã. Ela acordou e viu um bilhete com letras tremidas em seu criado mudo.

Eu escrevi: "Da próxima vez, você tira o silicone. Ele atrapalha muito".

Aquela mala

É. Eu sei por que você me deixou. Eu era alto, bonito, sensual e uma mala. Uma mala que cabia você dentro, mas também sobrava espaço pra mais gente. Uma mala que quando você usava, pagava por excesso de bagagem. Uma mala que não ia para onde você puxava e sempre extraviava nas viagens de férias.

Eu queria te dizer que depois que você me deixou, me tornei baixo, feio, sem um pingo de sex appeal. Aquela mala, eu juro, virou uma nécessaire. Uma nécessaire vazia, pronta pra carregar você dentro dela. Nela, agora, só cabe você. Mais ninguém.