Brutus é o melhor personagem para definir o estereótipo de macho dos anos 80. Popaye também pode ser considerado um, mas só depois de comer o espinafre. Homem que era homem comprava o LP da Xuxa por causa da posição que ela fazia na capa. Ou nem comprava, pedia emprestado e só levava o encarte.
No entanto, o que se vê na atualidade é algo completamente avesso ao que minha infância me ensinou. Há uma proliferação de metrossexuais que querem usar cremes, vestir calças de marcas e até pintar as unhas. O que aconteceu? Em minha opinião é a falta da Xuxa.
A artista foi responsável pela proliferação do verbo "xuxar” e por educar sexualmente a geração anos 80, ensinando bem às garotas o que fazer: "Pega, estica e puxa", " Dá um pulo, vai pra frente e de peixinho vai pra trás", e "Nheco, nheco, chique, chique, balancê", só para citar alguns. Alô?
A Xuxa foi quem implementou a versão mais nova das chacretes: as paquitas - Pituxita, Xiquitita, Catuxita e todas as demais periquitas. Elas embalavam os sonhos de muita gente oferecendo o "pão" de cada dia à imaginação dos brasileiros. Lembro que meu pai perguntava:
- Meu filho, você queria ser filho da Xuxa?
E eu respondia: - Não.
E ele completava:
- Pois eu queria que você fosse.
A Xuxa tinha isso: reunia a família para discutir a sexualidade nas entrelinhas. Foi só ela começar a posar como mãe de família que tudo foi pro brejo. Deixou os adolescentes órfãos e confusos. Franjões se proliferaram, rapazes começaram a usar roupas apertadas e as mulheres ficaram cada vez mais desesperadas reclamando da falta de homem. Os homens passaram a ser admirados não por serem machos, mas por serem “sarados”, educados, sensíveis, gostarem de balé ou musical. Na época da Xuxa não existia isso. Macho que era macho era servido. E nunca servia.
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